26 agosto, 2012

O dia da minha morte

Eu morri na madrugada do dia 26 de agosto. Era uma noite estranhamente fria para o clima nordestino e sombria para quem esperava viver eternamente. Eu morri, não de causas naturais, morri aos pouquinhos e dolorosamente, morri observando a vida que escorria de mim. Confesso que até agora está tudo anestesiado em meu corpo e mesmo morta às lágrimas escorrem quase que ininterruptamente dos meus olhos e a dor ainda pulsa em cada veia, em cada pensar. Arrancaram bruscamente o meu coração e as minhas esperanças, eu que estava disposta a viver o para sempre com alguém que não foi pra sempre, acho que ninguém é. Eu sei quem me matou, eu sei porque me entreguei do jeito mais louco e completo e o meu assassino foi tão essencial que só de lembrar, tenho o coração arrancado e pisoteado e chutado ... Eu morri e continuo morrendo a cada amanhecer e espero que com o passar dos dias morrer seja menos doloroso. Espero morrer e morrer e morrer  para que sabe um dia voltar a vida novamente.