09 junho, 2010

Meio - Fio


 


- Sentou-se após o fim, recordando o começo. Por que chegara a tal ponto? Porque envolveu-se em pequenas e desmedidas cenas de um amor somítico? Olhava ao seu redor e via a vida de outras pessoas passando pela rua, olhava e não via um sentimento igual ao seu. Empalidecida pelo crepúsculo que chegava e pela falta de esperanças naquela sofrida existência, que lhe doía a alma como quem quebra um osso, chorou. Não um choro que expurgasse todos os indesejáveis sentimentos de dentro de si, mas um choro que a fizesse se lembrar sem dor. Sentimentos bons ou ruins, alegres ou dolorosos enfim, sempre os teria é da natureza humana sentir. Sentada ali, percebia que o tempo poderia até melhorar as coisas, mas apagar acreditava ser demais. Não era do tipo que sentava no meio-fio da rua, chorando. Mas há muito tempo desconhecia-se. O sentimento que aos poucos foi tomando conta de sua razão a deixava fraca e submissa. Com os olhos mergulhados em lágrimas coloridas, levantou-se e decidiu partir, deixando pra trás aquele meio-fio, que calado presenciou o mais intimo de seus momentos.
Texto: Isabella Mensant

06 junho, 2010

Abandono

Foto: Internet

Às 12:30 de uma noite de sábado qualquer, a cidade ecoa sons indecifráveis pelas janelas do pequeno apartamento. Ela que a muito espera aquele que não vem, contenta-se com a misera companhia do computador e com pensamentos de tudo o que poderia estar fazendo neste momento e não está. A espera e a falta de noticias a consome, os minutos se arrastam e ela tem a plena certeza: ELE NÃO VEM.

Agora quase 01:00 da madrugada a certeza a deixa visivelmente abalada, esperar ela odeia, mas não do mesmo jeito que ser rejeitada, abandonada e o pior: SEM UMA EXPLICAÇÃO! Se ele tivesse telefonado e dito que não poderia ou até mesmo que não gostaria de ir. Mas assim sem saber o que ocorreu, se ele pegou no sono ou se morreu, isso a desespera. O vinho que esperava a sua hora, agora serve a um outro propósito, beber ela sabe que não é a solução MAS O QUE FAZER? concentrar-se em algo é completamente insignificante, o telefone celular a persegue, a vontade de ligar e saber o que houve a torna uma das garotas que ela mais odeia: A CHATA que liga, que fica no pé. NÃO! Ligar em uma situação destas é deprimente, INACEITÁVEL. Acalma-se, promete nem ligar pra ele e muito menos se importar com a situação. ISSO ACONTECE, consola-se. Após a ultima taça de vinho, às 02:40 da manhã conforma-se ELE REALMENTE NÃO VEM. A noite não foi o que planejara, mas com menos uma garrafa de vinho e mais um abandono nas costas deita-se e DORME!!!

Texto: Isabella Mensant