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Hoje respirei fundo e pus para tocar aquele CD antigo que você fez pra mim, foi difícil. A cada música que tocava eu lembrava de você, de nos dois juntos. As lembranças saltavam de meus olhos, escorriam por minha face e deixavam um gosto salgado na minha boca, misturando-se as lágrimas que também caiam. Na primeira música pensei em desligar, quebrar o CD e tocar a minha vida adiante, sem aquelas lembranças de você. Ainda dói pensar que não demos certo. Por algum motivo eu ainda espero que nossos caminhos se cruzem algum dia e que eu novamente ouça aquele CD junto a ti. Dizem que a esperança é assim mesmo, nunca morre, mas a minha, confesso, está em fase terminal.
A faixa número seis foi como um vaso se estilhaçando ao chão. A dor insuportável que pensei ter ido embora estava lá embaixo se misturando aos cacos. Gostaria de algum dia ouvir este CD e não chorar, nem lembrar, nem sentir... Ouvi-lo como outro qualquer, cantando enquanto faço faxina em casa, sei lá! Mas, sei que este CD nunca será como os outros, ele foi seu, assim como eu fui um dia. Nele, estão nossas músicas, lembranças de um tempo que ficou para trás. Naquele maldito CD, eu consigo te ter novamente, olhar pra você enquanto me beija, sentir o aconchego dos braços que me cercavam, consigo sentir seu perfume, ouvir sua voz. Faço tudo isso com nossa trilha sonora, escolhida a dedo por você. Mas, assim como nós, o CD também chegou ao fim. Retiro-o com cuidado do som, olho-o por um segundo, sua letra está nele, meu nome está nele. Não jogarei fora, não quero que outros ouçam o CD que você fez pra mim. Guardo-o em um lugar calmo e aconchegante, assim como as lembranças de você. Guardo o CD com esperanças de que da próxima vez que ouvi-lo, tudo esteja diferente, principalmente eu!
Texto Isabella Mensant