10 outubro, 2010

Tempo


Imagem da internet

O tempo passa entre as corrediças de madeira, entre o amarelado das fotos, entre as lembranças daqueles momentos bons. O que ficou foi à saudade, o sentimento que por incrível que pareça continua o mesmo, entre lençóis molhados de suor, entre os carinhos que permanecem irresistivelmente os mesmos, com mais intensidade é claro, depois de anos sem se verem. Os olhos que desta vez sussurram as verdades escondidas, as bocas que em uma interminável discussão falam todas as verdades antes transformadas em mentiras, tudo o que tinha ficado para trás, voltou. No mesmo redemoinho de sentimentos dispersos, nos mesmos corpos seduzidos, nas mesmas sensações vividas antes de acabar. E hoje com tudo o que foi dito, será difícil não lembrar. As verdades que sempre sonhara ouvir, todas ali em sua frente e mesmo assim o sentimento não se desfaz, só cresce e se mostra e novamente machuca. Agora não são apenas dois, são quatro, são outros que entraram e dividiram aquela historia antes acabada. Não são mais apenas seus, são de outros, são de ninguém... Mas o que é possível fazer? Sufocar o desejo tão ardente? Arrancar do peito e da memória algo tão grande, algo tão bom? Já sufocaram demais aquela sensação, deixaram-se levar pensando que tinham em suas mãos o controle da situação. Mas não tinham, não tem, não terão. Nunca!

Texto: Isabella Mensant!

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